Chefes das Forças Armadas e da Guarda Revolucionária do Irã são mortos em ataque de Israel, diz TV estatal
Mohammad Bagheri e Hossein Salami estavam entre as figuras militares mais poderosas do país. Israel conduziu ataque contra alvos do programa nuclear do Irã. C...

Mohammad Bagheri e Hossein Salami estavam entre as figuras militares mais poderosas do país. Israel conduziu ataque contra alvos do programa nuclear do Irã. Chefe da Guarda Revolucionária do Irã é morto durante ataque de Israel Dois dos principais líderes militares do Irã foram mortos em um ataque das Forças de Defesa de Israel na madrugada desta sexta-feira (13). A TV estatal do país afirmou que os chefes das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, e da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, morreram nos bombardeios. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A imprensa estatal não forneceu nenhum detalhe sobre a morte das autoridades. Além de Bagheri e Salami, o Irã também confirmou as mortes dos cientistas nucleares Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi. No caso da Guarda Revolucionária, a instituição é o braço mais poderoso do Exército do país e foi fundada após a Revolução de Islâmica de 1979. Atualmente, as tropas protegem os líderes do governo e fiscalizam os protestos nas ruas, entre outras funções. Tensão entre Israel e Irã já vinha escalando desde 2024 com troca de ataques O que é a Guarda Revolucionária do Irã Uriã Fancelli, mestre em relações internacionais pelas universidades de Estrasburgo e Groningen, explica que o ataque de Israel contra militares do alto escalão iraniano pode ser visto internamente como "gravíssimo". "O Irã, como uma autocracia, é um regime que precisa sempre demonstrar força à própria população quando é atacado", diz. O professor aponta ainda que a principal preocupação, neste momento, é a possibilidade de o regime interpretar a ofensiva como um sinal de que deve investir ainda mais em seu programa nuclear. Segundo Fancelli, o Irã segue com conhecimento técnico e instalações espalhadas pelo território. "Diante dessa ameaça e da dificuldade em avançar em qualquer acordo com os Estados Unidos, o Irã pode se sentir pressionado a acelerar, ou até expandir, seu programa nuclear." Líderes de Irã e Israel se pronunciam sobre ataques O ataque Na madrugada desta sexta-feira, as Forças de Defesa de Israel atingiram dezenas de alvos no território iraniano. Explosões foram registradas em Teerã e várias cidades do país. Os militares afirmaram que a operação tem como objetivo impedir o avanço do programa nucelar do Irã. Logo após os bombardeios, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um pronunciamento afirmando que o principal alvo foi a usina de Natanz, considerada o centro do programa de enriquecimento de urânio do Irã. Segundo ele, cientistas envolvidos nesse programa também foram alvejados. "Estamos em um momento decisivo na história de Israel", declarou Netanyahu. Ele afirmou ainda que os ataques continuarão "por quantos dias forem necessários", com o objetivo de conter o que chamou de "ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel". O ministro da Defesa, Israel Katz, declarou estado de emergência e determinou o fechamento do espaço aéreo israelense, como medida de precaução diante de possíveis retaliações. Os Estados Unidos negaram envolvimento direto na operação. De acordo com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, Washington foi informado, mas não participou da ação. O ataque acontece em meio à escalada nas tensões entre Israel e Irã e às alegações de que Teerã estaria em estágio avançado no desenvolvimento de armas nucleares. Um oficial das Forças Armadas israelenses afirmou que o Irã já possui urânio suficiente para produzir bombas nucleares. Hossein Salami fala durante encontro com o aiatolá Ali Khamenei, em 2023 WANA via Reuters VÍDEOS: mais assistidos do g1