El Salvador oferece aos EUA receber presos americanos em seus megapresídios
Transferência de prisioneiros não há precedente no mundo. Bukele, que fez oferta, é conhecido por construção de megapresídios em seu país, entre eles a ...
Transferência de prisioneiros não há precedente no mundo. Bukele, que fez oferta, é conhecido por construção de megapresídios em seu país, entre eles a maior prisão das Américas. Presos em megaprisão de El Salvador Lissette Lemus/BBC O governo de El Salvador propôs aos Estados Unidos um programa inédito no mundo de transferência de presos, segundo afirmou na segunda-feira (3) o secretário de Estado americano, Marco Rubio. De acordo com Rubio, o presidente salvadorenho, Nayib Bukele, ofereceu receber em seus presídios pessoas que atualmente cumprem pena em prisões dos Estados Unidos, tanto de nacionias dos EUA quanto estrangeiros. Caso o acordo seja confirmado, será a primeira vez que um país democrático envia cidadãos próprios a presídios de outro país. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Após o anúncio de Rubio, Bukele confirmou que fez a oferta —ele é aliado de Trump e ficou conhecido por um programa polêmico de prisões em massa e por construir uma série de megapresídios no país. Um deles é a maior prisão das Américas e tem capacidade para 40 mil presos. "Ele fez a oferta para alojar em suas prisões criminosos perigosos detidos em nosso país, inclusive aqueles com cidadania americana e residência legal", declarou Rubio. "Nenhum país jamais fez uma oferta de amizade como esta [...] Estamos profundamente agradecidos. Falei com o presidente Trump sobre isso hoje cedo". Em seu site, o Departamento de Estado dos EUA afirma que as condições prisionais em El Salvador são "duras e perigosas". "A superlotação constitui uma séria ameaça à saúde e à vida dos prisioneiros", diz o site. "Em muitas instalações, as provisões para saneamento, água potável, ventilação, controle de temperatura e iluminação são inadequadas ou inexistentes". Rubio pareceu sugerir que a transferência de presos se concentraria em membros de gangues como a MS-13 (de El Salvador, Honduras e Guatemala) e o Trem de Aragua da Venezuela que adquiriram a cidadania americana. "Qualquer imigrante ilegal nos Estados Unidos que seja um criminoso perigoso: MS-13, Trem de Aragua, o que seja... ele ofereceu suas prisões", acrescentou Rubio. Bukele tem grande popularidade por sua guerra contra as gangues, baseada em um regime de exceção que, desde 2022, deteve cerca de 83 mil pessoas sem ordem judicial, muitos delas inocentes, motivo pelo qual é criticado por grupos de direitos humanos. Símbolo dessa guerra às gangues, o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), considerada a maior prisão da América Latina, foi inaugurada por Bukele há dois anos nos arredores de Tecoluca, 75 km a sudeste da capital San Salvador. A prisão, cercada por enormes muros de concreto, está desenhada para 40 mil detidos, mas, atualmente, há cerca de 15 mil das gangues MS-13 e Barrio 18, que por décadas aterrorizaram a população salvadorenha. A política de segurança de Bukele reduziu para mínimos históricos os homicídios em El Salvador, às custas dos direitos humanos, segundo seus críticos. Após confusão entre Trump e Petro, voos com colombianos deportados chega a Bogotá