Em encontro que pode ter Cristiano Ronaldo, Trump recebe príncipe saudita acusado de assassinato de jornalista
O presidente dos EUA, Donald Trump, conversa com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, em Riade, em 13 de maio de 2025. Brian Snyder/ Re...
O presidente dos EUA, Donald Trump, conversa com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, em Riade, em 13 de maio de 2025. Brian Snyder/ Reuters O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá nesta terça-feira (18) na Casa Branca o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. O encontro terá a presença do jogador de futebol Cristiano Ronaldo, segundo o jornal americano 'The Athletic', braço esportivo do 'The New York Times'. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Esta é a primeira vez que bin Salman irá aos EUA desde o assassinato do jornalista de Washington Post Jamal Khashoggi, opositor do regime saudita, dentro de uma embaixada da Arábia Saudita. Um relatório da CIA apontou bin Salman como o mandante do crime, ocorrido em 2018 (leia mais abaixo). O caso estremeceu as relações diplomáticas entre os dois países. Na visita à Casa Branca, Trump deverá fazer uma homenagem ao príncipe herdeiro, de quem vem se aproximando durante seu segundo mandato — a primeira viagem internacional do presidente norte-americano, inclusive, foi para a Arábia Saudita, em maio. Durante a visita, Trump e bin Salman também devem anunciar acordos bilionários. Antes mesmo da chegada do príncipe herdeiro, o presidente dos EUA anunciou um acordo com o governo saudita para vender jatos de combate F-35, os mais modernos do mundo. O anúncio da venda dos jatos, que pode mudar a configuração atual de forças no Oriente Médio, gerou temores dentro do próprio governo Trump de que o reforço do poderio militar da Arábia Saudita poderia desestabilizar Israel, o grande aliado dos EUA no Oriente Médio. Arábia Saudita e Israel ensaiavam uma aproximação, mediada pelos Estados Unidos, antes da guerra na Faixa de Gaza estourar. Mas as conversas foram interrompidas por conta do conflito. Inclusive, Trump também deve tentar novos avanços pela normalização das relações diplomáticas entre os dois países do Oriente Médio. Durante a tarde, Trump e bin Salman vão almoçar e ter um encontro bilateral. À noite, a primeira-dama dos EUA, Melania Trump, oferecerá um jantar em homenagem ao príncipe saudita. Salman acusado de mandar assassinar jornalista Jamal Khashoggi, jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita, desapareceu após entrar no consulado do seu país em Istambul Mohammed al-Shaikh/AFP A CIA, a agência de inteligência americana, concluiu que o príncipe saudita Mohammed bin Salman foi o mandante do crime, mas nem ele nem nenhum dos seus assessores foram responsabilizados. Khashoggi foi morto esquartejado em 2018 dentro do consulado da Arábia Saudita em Ancara, na Turquia. Ele havia ido buscar uma certidão para poder se casar com sua noiva turca. Embora câmeras tenham registrado a entrada do jornalista, que foi correspondente do jornal norte-americano "Washington Post", ele nunca saiu do consulado. Depois, investigações descobriram que Khashoggi, um crítico ferrenho do governo saudita, foi esquartejado e estrangulado até a morte lá dentro. A CIA, a agência de inteligência americana, concluiu que o príncipe saudita Mohammed bin Salman foi o mandante do crime, mas nem ele nem nenhum dos seus assessores foram responsabilizados. Depois de negar qualquer envolvimento no crime, Riad admitiu que agentes sauditas, que teriam agido sozinhos, eram responsáveis pela morte do jornalista. No final de um opaco processo na Arábia Saudita, cinco pessoas foram condenadas à morte e três, a penas de prisão.