Israel vai construir 'indústria de armas independente' para 'resistir às restrições internacionais', diz Netanyahu
Benjamin Netanyahu em coletiva de imprensa REUTERS O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país vai construir uma "indústria de armas...

Benjamin Netanyahu em coletiva de imprensa REUTERS O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país vai construir uma "indústria de armas independente" que possa "resistir às restrições internacionais". ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O israelense deu a declaração, durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (16), horas depois de iniciar uma enorme ofensiva terrestre para ocupar a Cidade de Gaza, a maior da Faixa de Gaza, e ser novamente alvo de críticas da ONU e outros países. Ao lançar o ataque, o governo de Israel desafiou os líderes europeus, que ameaçaram impor sanções ao país. Netanyahu, no entanto, mostrou que os Estados Unidos continuam alinhados com seu governo e contou que o presidente Donald Trump o convidou para visitar a Casa Branca em duas semanas. A ofensiva na Cidade de Gaza Após uma série de bombardeios, Israel iniciou nesta terça-feira (16) sua ofensiva terrestre na Cidade de Gaza, que o governo de Benjamin Netanyahu considera o último reduto do grupo terrorista Hamas no território. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou nesta manhã que "Gaza está em chamas" e que seu Exército estava "atacando com punho de ferro" a estrutura terrorista para libertar reféns e derrotar o Hamas. "Não recuaremos e não desistiremos — até a conclusão da missão", disse Katz. A ofensiva levou milhares de pessoas a deixar novamente a Cidade de Gaza, para onde parte da população local havia voltado após fugir para o sul em uma primeira fase da guerra na Faixa de Gaza. Nesta manhã, estradas que levam ao sul do território palestino já estavam colapsadas com filas de carros amontoados e pessoas fugindo a pé (veja imagem abaixo). Segundo Israel, cerca de 40% da população local já havia deixado a cidade, que fica no norte da Faixa de Gaza, perto da fronteira com Israel. Multidão de palestinos foge por estrada costeira em direção ao sul da Faixa de Gaza após Exército israelense anunciar início de ampla operação terrestre na Cidade de Gaza em 16 de setembro de 2025. AP Photo/Abdel Kareem Hana Antes disso, Israel fez durante cerca de um mês um cerco à cidade com bombardeios diários e derrubada de dezenas de arranha-céus na região. O governo de Netanyahu acusa o Hamas de estar utilizando os prédios como bases operacionais. A Organização das Nações Unidas (ONU) criticou nesta terça a ofensiva terrestre. "Este massacre deve parar imediatamente. Peço a Israel que pare com sua destruição indiscriminada de Gaza", afirmou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk. A Unicef, a agência da ONU para a infância, disse ser "desumano" exigir que crianças tenham que deixar novamente a cidade. Também nesta terça, um comitê de investigação apontado pela agência de direitos humanos da ONU para apurar os ataques em Gaza apontou que Israel está cometendo genocídio no território palestino. O governo israelense negou e refutou as conclusões do relatório. Tomada total de Gaza Coluna de fumaça sobre Faixa de Gaza após ataque aéreo israelense em 16 de setembro de 2025. Amir Cohe/Reuters A ofensiva terrestre ocorre após o gabinete de Netanyahu aprovar, no início de agosto, um plano para tomar toda a Faixa de Gaza, começando pela Cidade de Gaza, lar de quase metade da população do território. Além da ofensiva por terra, testemunhas relataram que uma série de ataques aéreos foi lançada contra a Cidade de Gaza durante a noite de segunda (15). Em seguida, tropas avançaram pela região. A ofensiva terrestre começou um dia após uma reunião entre o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e Netanyahu. Segundo o site americano "Axios", fontes do governo israelense afirmaram que o presidente Donald Trump apoia a operação, desde que seja rápida. Na tarde desta segunda-feira, Trump declarou que recebeu informações de que o Hamas teria movido reféns mantidos em Gaza desde outubro de 2023 para a superfície, a fim de usá-los como "escudos humanos". "Espero que os líderes do Hamas saibam no que estão se metendo se fizerem tal coisa. Esta é uma atrocidade humana, como poucas pessoas já viram", escreveu em uma rede social. Na semana passada, o Hamas divulgou o vídeo que mostra dois reféns israelenses circulando de carro pela Cidade de Gaza (veja vídeo abaixo). Hamas divulga vídeo com reféns israelenses andando em carro na Cidade de Gaza No domingo (14), a agência Reuters afirmou que os ataques aéreos contra a Cidade de Gaza estavam se intensificando, com mais de 30 prédios residenciais destruídos. As forças israelenses afirmam ter atingido alvos terroristas. Israel já havia declarado que tinha planos de tomar a cidade para eliminar o que chamou de "último bastião" do Hamas. Cerca de 1 milhão de pessoas vivem na região. Na semana passada, Israel também conduziu um ataque em Doha, no Catar, contra lideranças do Hamas. O país é um dos mediadores para um acordo de cessar-fogo. O bombardeio provocou uma crise na região e foi condenado por parte da comunidade internacional, incluindo a ONU. A guerra entre Israel e o Hamas começou em outubro de 2023, após um ataque do grupo terrorista matar mais de 1.200 pessoas no sul do país e sequestrar centenas de outras. A ofensiva israelense já matou mais de 63 mil palestinos em Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. LEIA TAMBÉM Trump afirma que EUA fizeram novo ataque contra gangue venezuelana; VÍDEO Rubio promete reação dos EUA à condenação de Bolsonaro nos próximos dias Morte de Charlie Kirk: Tyler Robinson confessou crime no Discord, diz jornal Israel já controla grande parte do território palestino. Arte/g1 Soldados e veículos blindados israelenses posicionados perto da fronteira de Israel com a Faixa de Gaza em 16 de setembro de 2025. REUTERS/Amir Cohen Palestinos inspecionam destroços de casas na Cidade de Gaza após ataque aéreo israelense em 16 de setembro de 2025. REUTERS/Ebrahim Hajjaj Ataque de Israel contra Gaza em 15 de setembro de 2025 AP Photo/Leo Correa VÍDEOS: mais assistidos do g1