Otan discute próximos passos após Putin rejeitar acordo de paz para a Ucrânia: 'Enfrentamos perigos reais'
Otan acusa a Rússia de se mobilizar para confronto longo Os ministros de Relações Exteriores dos Estados-membros da Otan (Organização do Tratado do Atlânt...
Otan acusa a Rússia de se mobilizar para confronto longo Os ministros de Relações Exteriores dos Estados-membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se reúnem na sede da aliança em Bruxelas, na Bélgica, nesta quarta-feira (3), após as negociações entre Rússia e Estados Unidos terminarem sem um acordo para colocar fim à guerra na Ucrânia. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Em seu discurso de abertura durante a reunião, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, alertou que a Rússia se prepara para um "confronto de longo prazo" e afirmou que a aliança deve enfrentar "perigos reais e duradouros". Moscou está "trabalhando em estreita colaboração" com a China, a Coreia do Norte e o Irã "para desestabilizar nossas sociedades e romper com as regras globais", disse ele, acusando ainda o governo russo de violar o espaço aéreo da Otan com jatos e drones, realizar sabotagens e usar navios espiões. Segundo Rutte, os países da organização estão "aumentando seus investimentos em defesa, mas todos precisamos fazer a nossa parte". Ele afirmou ainda que a Ucrânia "precisa do nosso apoio mais do que nunca", com a chegada do inverno e a continuidade dos ataques russos. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que sua delegação se prepara para uma reunião com os EUA após o encontro em Bruxelas. Vladimir Putin e sua delegação se reuniram com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, em Moscou. AFP/ Getty Images via BBC Na terça-feira (2), o presidente russo, Vladimir Putin, e a delegação dos Estados Unidos liderada pelo enviado de Donald Trump, Steve Witkoff, se reuniram por mais de cinco horas em Moscou. Após o encontro, o assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, afirmou que não se chegou a um acordo sobre um plano para a Ucrânia. Ele descreveu as conversas como "construtivas", mas disse que "ainda não chegamos a uma versão de consenso". "Muito trabalho ainda está por vir", acrescentou. Nesta quarta, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que "não seria correto" dizer que Putin rejeitou as propostas de paz dos EUA. "Ontem foi a primeira vez que houve uma troca direta de opiniões. Algo foi aceito, algo foi considerado inaceitável. Este é um processo de trabalho normal e uma busca por um consenso", disse. Na terça, antes das negociações, Putin afirmou que as mudanças propostas por Kiev e pela Europa ao plano de paz inicial de 28 pontos eram inaceitáveis. Seu país "não planejava entrar em guerra com a Europa", disse ele, "mas se a Europa de repente quiser entrar em guerra e começar uma, estamos prontos agora mesmo" (veja vídeo abaixo). 'Se a Europa quiser guerra, estamos prontos', diz Putin O plano em discussão foi vazado há cerca de duas semanas. Nele, os EUA apresentaram 28 pontos que, segundo eles, ajudariam a garantir uma paz duradoura entre a Rússia e a Ucrânia. O documento preliminar propunha, entre outras coisas, o reconhecimento da Crimeia e das regiões de Donetsk e Luhansk como território russo pelos EUA e outros países e a redução do tamanho das Forças Armadas ucranianas. A proposta, porém, foi considerada amplamente favorável à Rússia e sofreu diversas alterações nas últimas semanas. Persistem divergências significativas entre Moscou e Kiev, especialmente quanto à possibilidade de a Ucrânia aceitar renunciar a áreas que ainda administra e quanto ao tipo de garantias de segurança que os países europeus estariam dispostos a fornecer. Moscou e os parceiros europeus de Kiev também mantêm posições muito distantes em relação ao que consideram ser os termos adequados para um possível acordo de paz. Veja os vídeos que estão em alta no g1